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Last night, I was hit by one of those migraines that knock you down without warning. Intense, overwhelming. I could barely eat dinner. By around 7:30 PM, I was already in bed, groggy from medication and trying to escape the pain the only way I could: by sleeping.
This morning, still a bit dizzy, I noticed my phone was flooded with notifications. Missed calls, messages from unsaved numbers. I started opening them, one by one, and quickly understood: they were from my father's side of the family — cousins, aunts, people I haven’t spoken to in years. The news landed like a heavy blow to the chest: my paternal grandmother is hospitalized. And she’s in very bad shape. She spent the whole night calling for me.
I’ve been distant from that side of the family for many years, for reasons only those who’ve lived it can truly understand. Ever since my parents divorced, there were breaks that were never mended. Especially with my father — the distance turned into silence, and silence into absence. That absence eventually became a court case. But earlier this year, after so long, my grandmother and I reconnected. In a simple way, with no grand expectations. A few conversations, exchanged memories, an affectionate phone call or two. Enough to rekindle a connection that felt buried.
When I heard about her condition, I didn’t hesitate. After lunch, I went to the hospital. I have to admit, I went with my heart tight, afraid of what I’d find. But nothing could have prepared me to see her like that. So thin, frail, connected to tubes, struggling to breathe. A serious liver issue that has already affected other organs. The doctors have started to prepare the family for the worst. They speak gently, but we understand. When even the doctor's eyes falter, you just know.
Still, no matter what medicine says, I carry that stubborn little hope. I want so badly for her to make it through. For us to have the chance, even if just once, to share the afternoon coffee we once talked about. To drink coffee, eat cake, hear one of her stories, tell one of mine. Simple things, but to me, they mean the world.
At the hospital, I saw my father again. The last time we met was in 2008, in court, when he sued me. Since then, no contact. Today, he looked me in the eyes and asked for forgiveness. For everything. No embellishments. Just a plain “forgive me.” And I honestly didn’t know what to say. Not out of resentment — though maybe that too — but because some wounds need to be processed slowly. That conversation will have to wait for another day.
Today, the physical pain of the migraine turned into a soul ache. But in a strange way, there was also a kind of healing. A chance to be there, to look into eyes, to be present — even if late. Because in the end, when life shows its rawest face, what remains is this: being there. And I was.
All the content, pics and editions are of my authorship.
Written in PT-BR. Translated to EN-US using ChatGPT.
Cover: created by Canva.
Ontem à noite fui surpreendida por uma crise de enxaqueca daquelas que derrubam a gente sem pedir licença. Forte, avassaladora. Mal consegui jantar. Por volta das 19h30, já estava na cama, grogue de remédio e tentando fugir da dor da única forma possível: dormindo.
Hoje, quando acordei, ainda meio zonza, reparei no celular lotado de notificações. Chamadas perdidas, mensagens de números que não estavam salvos. Fui abrindo, uma a uma, e logo entendi: eram parentes por parte de pai — primos, tias, gente com quem quase não falo há anos. A notícia caiu como um peso no peito: minha avó paterna está internada. E está muito mal. Passou a noite chamando por mim.
Foram muitos anos afastada dessa parte da família, por razões que só quem viveu entende. Desde a separação dos meus pais, houve rupturas que nunca foram costuradas. Do meu pai, especialmente, a distância virou silêncio, e o silêncio virou ausência. A ausência virou processo na Justiça. Mas no início deste ano, depois de tanto tempo, eu e minha avó reatamos o contato. De forma simples, sem grandes promessas. Algumas conversas, memórias trocadas, uma ou outra ligação mais afetiva. Suficiente para reabrir uma conexão que parecia enterrada.
Ao saber da situação dela, não pensei duas vezes. Depois do almoço, fui ao hospital. Confesso que fui com o coração apertado, com medo do que encontraria. Mas nada me preparou para vê-la daquele jeito. Tão magrinha, debilitada, ligada a tubos, respirando com dificuldade. Um problema sério no fígado que já afetou outros órgãos. Os médicos já começaram a preparar a família para o pior. Falam com jeitinho, mas a gente entende. Quando até os olhos do médico vacilam, a gente sabe.
Mesmo assim, por mais que a medicina diga que não há muito a fazer, eu ainda carrego aquela esperança teimosa. Queria tanto que ela saísse dessa. Que a gente pudesse, nem que fosse uma única vez, cumprir o café da tarde que combinamos. Tomar um café com bolo, ouvir uma história dela, contar uma minha. Coisa simples, mas que pra mim tem um valor imenso.
Lá, no hospital, reencontrei meu pai. A última vez que nos vimos foi em 2008, dentro de um fórum, quando ele me processou. Desde então, nenhum contato. Hoje, ele me olhou e me pediu perdão. Por tudo. Sem rodeios. Só um “me perdoa”. E confesso que não soube o que dizer. Não por mágoa — talvez também por isso — mas porque certas dores a gente precisa digerir devagar. Essa conversa vai ter que ficar pra outra hora.
Hoje, a dor física da enxaqueca virou dor na alma. Mas também houve um tipo estranho de cura. Uma chance de estar ali, de olhar nos olhos, de ser presença, mesmo que tardia. Porque no fim das contas, quando a vida mostra sua face mais crua, o que resta é isso: estar. E eu estive.
Todo o conteúdo, imagens e edições são de minha autoria.
Escrito em PT-BR. Traduzido para EN-US usando o ChatGPT.
Capa: criada com Canva.
